Soneto Maquiavélico
Temente apenas à sua própria mão
E justo quando há olhares ao redor
Prudente em ter a lâmina maior
que o código de leis de seu bolsão.
Por outros nobres tido como irmão,
Por saber nomes e brasões de cor,
Defende-se de seu berço menor
E é de berços menores campeão.
Não outorgou-lhe o sangue, mas a espada
o mando do que chama hoje de lar,
lar onde a gente canta governada.
Veio a mão dum tirano decepar
E ao tê-la no castelo pendurada
Se faz temer ainda mais que amar.
Soneto Schmittiano
Temente apenas à sua própria mão
E justo quando há olhares ao redor
Prudente em ter a lâmina maior
que o código de leis de seu bolsão.
Por outros nobres tido como irmão,
Por saber nomes e brasões de cor,
Defende-se de seu berço menor
E é de berços menores campeão.
Não outorgou-lhe o sangue, mas a espada
o mando do que chama hoje de lar,
lar onde a gente canta governada.
Veio a mão dum tirano decepar
E ao tê-la no castelo pendurada
Se faz temer ainda mais que amar.
Soneto Schmittiano
Não cabe a mim dizer se é belo ou feio,
De um ato, se é bondosa a natureza,
Se é lucrativa ou onerosa a empresa;
São tais distinções inútil rodeio.
Digo aos que ainda me julgam com receio,
que a guerra, para mim, não tem beleza,
não traz dinheiro ou bem, mas é coesa,
e a coesão reside no seu seio.
Se falo em definir os inimigos
Não é pensando em quem vou destruir,
E sim de modo a organizar perigos.
Política, em essência, é definir
a quem não cabem mais quaisquer castigos
a não ser o de cessar de existir.
De um ato, se é bondosa a natureza,
Se é lucrativa ou onerosa a empresa;
São tais distinções inútil rodeio.
Digo aos que ainda me julgam com receio,
que a guerra, para mim, não tem beleza,
não traz dinheiro ou bem, mas é coesa,
e a coesão reside no seu seio.
Se falo em definir os inimigos
Não é pensando em quem vou destruir,
E sim de modo a organizar perigos.
Política, em essência, é definir
a quem não cabem mais quaisquer castigos
a não ser o de cessar de existir.
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